quinta-feira, 2 de julho de 2009

puta


por Cristina Thomé [02/07/2009]

Atrás do batom irregular, a puta fitava o reto do horizonte. Queria dizer algo, mas não dizia. A boca entreaberta naquele borrão apressado de aquarela. Vadia!

Suas pernas abertas eram duas pilastras sustentadas sobre saltos desafiadoramente altos. Coisa perigosa até. Um paralelepípedo, um passo mal dado e... pimba! Perna quebrada.

E quem paga licença de puta? Vai dar de pata quebrada mesmo! Sabe lá se o interesse não aumenta... Tem fetiche pra tudo. Bicha ruim, de olho ruim era aquela puta! Navalha no bolso, ligeira, não deixava nego folgar. Nem poderia.

Um comentário:

AGNALDO NO ESPELHO disse...

E olha que se a perna quebrada não ocorrer num, digamos, malabarismo sexual, não se pode nem recorrer ao INSS alegando acidente de trabalho.
Puta vida, ou melhor, vida de puta.

Beijo.