quinta-feira, 30 de julho de 2009

outra vez


A vida junta coisas, folhas, frios, medos, pessoas. Ao mesmo tempo, ela também perde ou esconde tudo isso em algum canto da memória. Há momentos em que ficamos inundados por tanto que nos aconteceu. Em outros, com enormes lacunas, como se nunca tivéssemos passado por histórias que vivemos. Acontecimento sobre acontecimento, percepção sobre a outra são os responsáveis por nos reconhecermos.

Fico me perguntando qual será a nossa verdadeira natureza. Ao trafegar pela vida nos sobrecarregamos de informações que não nos dizem respeito. Somos julgados, apreciados e esse peso de opiniões alheias vai se sedimentando sobre nossos ombros. E o que não é nosso, o que absolutamente não nos diz respeito passa a fazer parte da nossa autopercepção.
Existe uma natureza interna que vai ficando abaixo do lixo.

Semana passada consultei o tarô do Osho e perguntei sobre inquietação e descontentamento, sensações presentes naquele momento. Parece que a memória havia trazido muitas experiências simultaneamente, o que provocou confusão e acabou me distanciando de mim mesma.

O tarô trouxe a carta "Integração".

Integração
O conflito está no homem. A menos que seja resolvido ali, não poderá ser resolvido em nenhum outro lugar. O desafio político está dentro de você; ele acontece entre as duas partes da mente.

Há uma ponte muito pequena. (...) Se essa ponte for fortalecida o bastante para que as duas mentes deixem de ser duas e se tornem uma só, então acontecerá a integração, a cristalização (...) O encontro do masculino e do feminino dentro de nós, o encontro do yin e do yan, o encontro do esquerdo com o direito.

Comentário: a imagem da integração é a união mística, a fusão dos opostos. Este é o momento de comunicação entre dualidades da vida, anteriormente vivenciadas. Em vez da noite opondo-se ao dia, a escuridão suprimindo a luz, as polaridades estarão trabalhando juntas para criar um todo unificado, transformando-se ininterruptamente uma na outra, cada qual contendo a semente do seu oposto no seu âmago mais profundo. A águia e o cisne são ambos seres alados e majestosos. A águia é a encarnação do poder e da solitude. O cisne é a corporificação do espaço e da pureza, flutuando e mergulhando com suavidade no elemento das emoções, totalmente satisfeito e realizado em sua perfeição e beleza. Nós somos a união da águia com o cisne: macho e fêmea, fogo e água, vida e morte. A carta da integração é o símbolo da autocriação, da vida nova e da união mística, conhecida também como alquimia. (www.osho.com)


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Muito bacana nessa carta é o conceito da autocriação. Nada está pronto dentro de nós.
É a constante possibilidade de rever o que vai na alma, no corpo. Possibilidade de mudar de rumo, arrancar de dentro o que não serve, recriar.

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