segunda-feira, 3 de agosto de 2009

distante


por Cristina Thomé

Era puro olhar a menina de pensamento longe. Encostada na porta de madeira via uma imensidão de terra à sua frente. Tudo parecia absurdamente grande. Seus olhos se perdiam.

Se perdia também no que imaginava vir a ser. O que talvez um dia fosse. A timidez era gigantesca. Nem imaginava como chegaria no lugar que precisava chegar. Nem sabia direito onde precisava chegar. Sabia que era longe de tudo o que estava a seu redor agora.

Seus olhos eram doces. De uma doçura que chegava a agredir, porque o mundo lá fora a gente sabe que não seria muito bom com ela. Ela não sabia. Se deixava levar pela vontade de ganhar estrada e pelo medo de botar o pé descalço naquela terra tão conhecida sua. Pra nunca mais, se começasse a andar. No fundo, aquele doce todo talvez fosse capaz de driblar o que de mal ia cruzar o seu caminho.

Por mais que o rude grudasse na barra de sua saia e se arrastasse com ela, sinto mesmo que ela daria conta de se livrar desse peso. Ela tinha tanta coisa boa naquela alma. Não é possível que fosse diferente. Ao olhar para aqueles olhos límpidos a gente se perdia.

É certo que ela daria conta de chegar onde a intuição mandava ir. Ah! Daria conta sim!

Um comentário:

AGNALDO NO ESPELHO disse...

Jisuis, estava sentindo falta, mas quando veio, veio mais lindo que nunca... Parece que vejo a imagem...

Ah, dá para responder aonde a menina decidiu ir?

Bjos.