sábado, 17 de abril de 2010

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por Cristina Thomé

Como rio caudaloso, calmo e constante, o tempo passa. Mal damos conta de que ele segue alheio, exceto à sua obstinada necessidade de continuar. Penso que existem dois tempos: há o de natureza cíclica, que recomeça a cada vida que surge. E, há o tempo onipotente e solitário, senhor de todos os outros que seguem a vida dos indivíduos.

Quando jovens, a força que nos habita gera movimentos essenciais para a renovação. Sua natureza é de ruptura. Então, o tempo continua agindo e nos faz diferentes. A complacência nos ocupa e uma nostalgia estranha passa a conviver conosco. À medida que o tempo abre suas asas densas, mais e mais o silêncio se instaura. Há mais em contemplar. O simbólico se expande, a profundidade se instala.

Forças propulsoras irrompem em novas vidas. Outras tantas se transformam e aceitam o fluxo. Não se trata de resignação. É outra coisa, mas ainda não sei o nome.

Um comentário:

Neuzza Pinheiro disse...

saudade, Cris
da própria ausência

beijo e que bom te ler de novo