segunda-feira, 11 de maio de 2009

clarices

Uma viagem rumo à alma, vagarosa porém constante. Isso me faz lembrar clarice lispector. Vejo nela a angústia da falta de resposta, o profundo sentimento de inadequação e estranhamento, o pesado trabalho de buscar sentido e a compreensão das coisas. Um questionar-se contínuo. A cratera monstruosa aberta, exposta. Ela, olhando de longe, sempre distante, sempre perscrutando a alma alheia e a sua própria. Porém, em silêncio. Escrevendo.

Como a nossa alma é única e capaz! Depende da profundidade do mergulho dentro de nós mesmos. Sinto que o rumo tem sido aberto aos poucos. É viável, é possível a conexão. Tenho sentido isso de uns tempos pra cá. Isso tudo precisa fazer sentido. E a consciência de mim mesma, ouvir minhas próprias palavras, a percepção de como estou, do que estou sentindo, porque fiz o que fiz. Esse ouvir-me parece ser o caminho.

Somos clarices, em menor ou maior grau. Não nas palavras, mas no questionamento do mundo. O importante é não fingir linearidade, é não fingir que está tudo bem, pois não está. Isso tudo oscila, neste minuto está bem, neste minuto não está, agora confortável, incômodo neste momento. Vamos de sobressalto, surpreendidos pelo estranho dentro de nós.

Um comentário:

Leandro Correia disse...

Obrigado, vou marcar o seu aqui também, até ...